Enquanto ficava preocupada com a vida, chorava.
E o cheiro do alho tomava conta da casa.
A água secava e as lágrimas brotavam.
A torneira do banheiro ficou ligada enquanto ela se olhava.
Enquanto ela tentava se encontrar naquele espelho que nunca
Fora tão distante.
A água. O barulho, o silêncio dela era terapêutico.
Mas o sal do arroz foi demais.
O alho queimou.
O banheiro foi seu único refúgio.
Foi o amparo para sua ânsia, para seu medo.
O medo do desamparo.
O amor acabou.
A vida acabou.
E o arroz queimou.
Daniel de Castro
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário