28 de set. de 2011

Lágrimas com arroz

Enquanto ficava preocupada com a vida, chorava.
E o cheiro do alho tomava conta da casa.
A água secava e as lágrimas brotavam.

A torneira do banheiro ficou ligada enquanto ela se olhava.
Enquanto ela tentava se encontrar naquele espelho que nunca
Fora tão distante.

A água. O barulho, o silêncio dela era terapêutico.
Mas o sal do arroz foi demais.
O alho queimou.

O banheiro foi seu único refúgio.
Foi o amparo para sua ânsia, para seu medo.
O medo do desamparo.

O amor acabou.
A vida acabou.
E o arroz queimou.

                                           Daniel de Castro

Nenhum comentário:

Postar um comentário